quinta-feira, 27 de outubro de 2011

42

Débora Secco foi eleita a mulher mais sexy do mundo pela revista vip. Do mundo.

Se concorresse no meu bairro ela perdia.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

41 Criolo

"Os bares estão cheios/
de almas tão vazias"
Criolo

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Fazia tempo que o VMB da Mtv tinha perdido a credibilidade, resultado de anos premiando restarts, nxzeros e fresnos.

Mas esse ano a emissora tirou a escolha das mãos da audiência e fez a escolha certa. Deu a lógica, Criolo na cabeça. Melhor Musica, Melhor Disco e Artista Revelação.

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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

40

A Sheila Melo, uma loira que rebolava em um grupo de axé que fez sucesso na década retrasada, está em cartaz com uma peça no teatro "Ressurreição".

Ta aí um nome apropriado.

39

As coisas não vão bem, é só ligar o noticiário ou dar uma volta no quarteirão e a gente percebe isso.

A sociedade parte em quinta marcha rumo ao colapso e só uma revolução pode nos salvar. E por mais piegas e clichê que isso possa soar, eu digo, sem medo algum, que só o amor nos salva.

Não o amor à matéria.
O amor metafísico. Aquele que não podemos tocar e não podemos descrever, só podemos sentir e oferecer.

Temos que assumir que as coisas foram longe demais. A competição não nos eleva a lugar nenhum, apenas nos mostra o caminho das frustrações pessoais e do egoísmo.

Estamos todos no mesmo barco e somos irmãos. Irmãos na agonia e desesperança da falta de sentido. Temos que ser solidários uns aos outros. O irmão que pratica a mendicância e o irmão que pratica a usura vieram do mesmo lugar e vão pelo mesmo caminho. O futuro é o mesmo para todos nós, e o futuro é o momento seguinte.

Eu não espero nada de ninguém. Sequer espero que não esperem nada de mim.
Estou sozinho e com a mão estendida.

Provavelmente sou o ateu que mais admira Jesus.
"Amai-vos uns aos outros como eu vos amei."

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"A música é o barulho que pensa" - Vitor Hugo

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Uma maneira genial de expressar o que eu quis dizer no "33".

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

37 Sem Graça

Sempre achei o tal do Rafinha Bastos sem graça. Muito sem graça. Nem com boa vontade consigo rir de alguma das suas piadas. Chego a ficar constrangido em ver um cara tão sem graça.

Além de sem graça acho o cara um boçal, além de ser muito arrogante e se achar. Enfim, o cara é um completo babaca.

Mas acho que ele tem o direito de ser um babaca sem ninguém importunar ele. Imagina se vira moda, processar todos os babacas. Vai ficar complicado, vai faltar advogado, juiz e promotor.

De babacas o mundo está cheio. O Rafinha é só mais um. Deixemos o cara ser babaca em paz.

36 Nasceu

Nasceu o filho do Sarkozy com a Carla Bruni. É a primeira vez que um presidente francês é pai durante o mandato. Explica-se, é a primeira vez que um presidente francês pega a Carla Bruni.

35 Animais

Um cão de raça tem mais valor que um boi?

Um pássaro na gaiola vale mais que uma galinha no galinheiro?

Um gato siamês vale mais que um porco?

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As pessoas se revoltam quando um animalzinho de estimação sofre maus tratos, mas não troca a sua picanha de domingo por nada.

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Somos todos animais.

34 Sinal dos tempos

No polígono da maconha só se fuma crack.

Sinal dos tempos.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

33 Gosto não se discute

"Gosto não se discute." Isso não se discute.
"Existe música boa e música ruim." Isso não se discute.

Gosto realmente não se discute. Existe o bom gosto e existe o mau gosto, dentro dessas duas grandes subdivisões existe uma gama infinita de variações.

Existe a música boa e a música ruim, dentro dessas duas grandes subdivisões existe uma gama infinita de variações.

Pode até parecer complicado, mas não é.

Por exemplo, Luan Santana é música ruim, mas pode agradar àqueles com mal gosto, afinal gosto não se discute.

Outro exemplo, Jimi Hendrix é bom, mas pode desagradar àqueles com bom gosto, afinal gosto não se discute.

Na teoria pode parecer um pouco complicado, mas na prática é fácil demais.

Existem algumas regras que se aplicam a maioria dos casos. Se você ouvir o artista fazendo playback, a música é ruim. Se for em um domingo, a música é péssima. Se for na TV aberta, fuja para as montanhas.

Brincadeiras a parte, as pessoas têm a mania de ser sempre politicamente corretas - e nada é mais cansativo do que alguém politicamente correto. Acabamos com medo de criticar uma música ou um artista porque nos apegamos à máxima de que "gosto não se discute". E não se discute mesmo. Principalmente o mau gosto. O que se discute é a qualidade das obras e dos artistas, afinal qualidade nada tem a ver com "gosto".

Uma frase que muito ouvia na infância era que "gosto é que nem cu, cada um tem o seu".
Concordo e vou além. Gosto é que nem cu, às vezes ta todo cagado.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

32 Terminal de Barcos

No Facebook vinte mil pessoas querem um terminal de cruzeiros em Floripa.

Eu só queria um transporte público de qualidade.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

31 Casamento

Antigamente a festa de casamento era paga pelo pai da noiva.

Hoje não mais.

Quando as coisas mudaram?

Me parece óbvio que noivo nenhum, usando do raciocínio, concorde em pagar 10, 30, 70, 150 mil reais em uma festa que acaba tão rápido quanto a lucidez dos convidados.

Hoje os tempos são outros e as mulheres conseguiram mudar a cabeça dos noivos. Ou melhor, castraram-lhes o raciocínio.

O ser humano do sexo feminino é o animal mais sensacional que já pisou nesse planeta; sorte que elas não sabem disso.

30 Bem Sucedido

O que é um cara bem sucedido? Eu não sei.

A pequenez humana - e pequenos no sentido mais abrangente o possível - resolveu, pelas bandas de cá, atribuir valores objetivos para avalizar o sucesso.

Aquele que teve mais votos, o que vendeu mais discos, o que conseguiu mais ibope, o que levou mais pessoas à missa, o que juntou mais dinheiro... Os exemplos são inúmeros. Mas o sucesso sempre vem relacionado a algum valor objetivo.

O grande erro em avaliar o sucesso com números é que invariavelmente deixamos de lado fatores que não são tão fáceis de avaliar objetivamente.

O cantor que vendeu mais discos não necessariamente é mais feliz que o cantor da churrascaria. A saúde do apresentador de tevê pode não estar tão satisfatória quanto a do homem-placa, e talvez os amigos do padre que lota as suas missas não sejam tão amigos assim.

Enquanto quisermos associar o sucesso aos valores vulgares, teremos sempre uma medida de sucesso vazia, incompleta.

O sucesso é o sorriso, é o abraço, é a verdade. O sucesso não se guarda, não se vende e nem se troca. O sucesso não tem cara, não tem casa e nem tem tempo. Mas, com certeza, o sucesso tem
todo o valor. Assim. Simples.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

29 A Morte de Steve Jobs

A morte de Steve Jobs e a comoção causada no Facebook não me causam nenhuma estranheza. As mesmas pessoas que trocaram as fotos de seus perfis por desenhos, em forma de protesto, contra a violência infantil (?!?!?!) agora derruba lágrimas pelo recém falecido. Como observou um articulista do ramo de tecnologia "Steve Jobs é o John Lennon da nossa geração". Resumiu bem. Enterrou-se a geração do "ser" para dar espaço a geração do "ter".

Steve Jobs é um cara muito talentoso para os negócios e isso não se discute. E é com justiça que é tratado como um messias do mundo corporativo. Não criou o modelo atual de vender produtos, mas adubou e elevou a enésima potência. Uniu com maestria os conceitos de obsolescência percebida e obsolescência programada, sendo esta a estratégia da indústria de lançar produtos pouco duráveis de maneira a obrigar os consumidores a voltarem as lojas para adquirir novos. Já no que diz respeito a obsolescência percebida Jobs foi ainda mais perspicaz, sendo esta uma forma de diminuir a vida útil de um produto perfeitamente funcional e útil, fazendo pequenas - ou grandes - alterações estéticas e funcionais de maneira a deixar os modelos antigos com aspecto de ultrapassados. Não raro os consumidores das bugigangas da Apple trocam seus Iphones, Ipods e Ipads em perfeito estado a cada aparição de Steve Jobs - agora Tim Cook. Num ambiente de recursos finitos, aterros sanitários saturados e onde o lixo tecnológico é um problema essa prática é no mínimo contestável.

Além disso Steve Jobs fomentou um dos mais questionáveis modelos de negócio desse início de século XXI. Praticamente todos os componentes dos produtos da Apple são produzidos em sweatshops estabelecidas em países ditatoriais ou de democracia duvidosa. Sweatshops (literalmente "fábricas de suor") são as indústrias onde as condições de trabalho são inaceitáveis e perigosas. Salários irrisórios, trabalho infantil e jornadas desumanas são a regra. A Foxconn, uma das principais parceiras da Apple com fábricas na China e em Taiwan foi notícia mundial graças ao grande número de suicídios de seus funcionários em 2010. Entre Janeiro e maio do ano passado 16 funcionários se mataram, a maioria pulando das janelas da empresa - medida que a obrigou lacrar suas janelas com grades. Segundo o jornal The Telegraph do Reino Unido, a média mensal de cada trabalhador da empresa em 2010 foi de 100 horas semanais. “Embora todo suicídio seja trágico, a taxa de suicídio na fábrica é bem menor do que a média na China” - foi como Jobs tirou o corpo fora.

É inegável que a Apple de Jobs é vista pelos consumidores como uma empresa que tem a liberdade entre seus principais valores, mas a realidade é um pouco diferente do ideal criado pelo time de publicitários e designers da marca. Depois de mais de uma década longe da empresa, Jobs retornou a ela em 1997, mesmo ano em que a empresa lançou a campanha "Think Different" mostrando personalidades que mudaram o mundo com sua genialidade e rebeldia - Ghandi, Einstein e Lennon foram algumas delas. Porém o dia a dia e as práticas corporativas da empresa pouco remetem à liberdade. Segundo Leander Kahney, jornalista e autor de "A Cabeça de Steve Jobs", Jobs é um patrão centralizador e intransigente; o xingamento o castigo, humilhações públicas e demissões sumárias são parte de seu estilo de liderança. “Assim como Jobs é extremamente exigente com seus subordinados diretos, os gerentes de médio escalão exigem o mesmo nível de desempenho do seu pessoal. O resultado é um reinado de terror”. Além disso todo o conteúdo colocado dentro dos aparelhos passa necessariamente pelo controle da Apple, via ITunes ou App Store. Como se não bastasse, a empresa bane aplicativos não apenas pela linguagem, e sim pelo seu conteúdo. As versões digitais de revistas como Maxim, Vogue e Playboy passaram a ser censuradas. O messias Jobs falou em "proteger o mundo contra aplicativos ruins e pornografia". Na prática a Apple de Jobs escolhe o que você pode ou não consumir dentro de seus produtos pois inexiste meio legal de abastecer seus gadgets que não passe pelo crivo da empresa.

O jeito de fazer de negócio, anabolizado por Jobs, é o apogeu de um sistema em ruínas, e nesse sentido a "genialidade revolucionária" de Jobs deve sim ser contestada. O que devemos esperar de nossos gênios revolucionários? Jobs conseguiu que sua empresa obtivesse o maior valor de mercado com seus produtos descartáveis no mesmo momento em que se discute o futuro da sociedade. O colapso do sistema econômico ocorre concomitantemente ao colapso dos recursos naturais, não havendo nada mais irracional do que produzir gadgets e bugigangas que devem ser descartados e repostos a cada semestre para a manutenção da saúde de um negócio privado.

Cada geração tem o gênio que merece.
Saudade de Lennon.