sexta-feira, 6 de maio de 2011

28 - Não compra

Acabei de fazer uma 'não compra'.

O meu celular é um daqueles modelos que nasceram para ser coadjuvantes. No ato da compra, lá pelo ano de 2004, ele já era considerado um patinho feio. O seu grande diferencial é que ao apertar uma tecla, uma senhora, provavelmente nativa do leste europeu, diz - em português - as horas.

Mas apesar de já ter nascido obsoleto, ele tem um diferencial até hoje admirado e valorizado por mim. A bateria. Se fosse um carro eu diria que já foi capaz de fazer uns 30 km por litro. E esse foi o grande motivo pelo qual nunca havia sequer pensado em troca-lo por um modelo mais moderno.

Mas numa era em que as novidades se tornam velhas antes de jorgarmos as embalagens fora, comecei a admitir que com 7 anos de uso meu celular já poderia começar a pensar em uma merecida aposentadoria. Somou-se a isso o fato de que o carregador da bateria havia ido pro pau e, pronto, a decisão estava tomada.

Comecei a pesquisar e, depois de pouco tempo, decidi que seria um smartphone com sistema operacional Android.

Mais alguns dia se passaram, fui pesquisando com calma, passei uns 3 dias sem celular e decidi que comprara o Motorola Atrix. Top de linha da Motorola, o mais moderno smartphone do momento. Ia pagar R$ 1999,99 mas ia tirar onda por uns 2 meses, além de ter praticamente um laptop nas mãos.

Era almoçar e fechar a compra.

E os dez minutos de almoço foram fatais. Lembrei de minha adolescência sem celular, da minha vida adulta sem smartphone, e cheguei a conclusão óbvia, pagar dois mil reais em algo que não preciso seria acelerar demais o processo de autobabacalizaçaõ. Deixa isso acontecer com calma, devagar. Não tenho pressa pra virar um babaca.

Voltei para o computador e fechei a compra. A bem dizer, fechei o explorer aberto na página da compra que apenas esperava os dados do meu cartão.

Foi a melhor não compra que fiz esse ano.