quinta-feira, 27 de setembro de 2012

58 - De índio?

O cara me avisou, era programa de índio.

Quando estava lá eu vi a tribo reunida. Homens com cabelos espetados, mulheres com suas pinturas de guerra. Os rituais eram os mesmos, garrafas nas mãos, cinturas no chão. A luz era baixa, a música alta, o gosto péssimo.

Refleti...

Que índio em sã consciência passaria uma noite linda como aquela trancado em um ambiente onde uma dupla sertaneja desafinava os últimos sucessos das baladas universitárias? Um lugar onde a urbanidade dos homens descia na mesma medida em que a vulgaridade das mulheres subia.

Cervejas e mais cervejas eram necessárias para evitar o surto esquizofrênico. Eu acompanhava os passos da pista, batendo com os pés no chão para não sucumbir à vontade de bater com a cabeça na parede.

Ao sair do local, respirar ar puro, e dar um descanso aos ouvidos eu garanti a mim mesmo, o próximo programa de índio eu só vou se for convidado por um índio de verdade - de cocar na cabeça.

Um programa de índio jamais poderia ser tão ruim quanto o que eu acabara de enfrentar.

Nenhum comentário: